domingo, 27 de março de 2011

Encontro

A vontade que eu tinha era de lamber aquelas pernas. Deixá-la toda molhada enquanto beijava seus lindos seios espraiada no meio de suas pernas.

Não são todas as mulheres que despertam esses insanos desejos. Mas as que despertam o fazem de tal forma que o impulso é quase impossível de controlar. Eu diria que é um impulso enlouquecedor. Algo animalesco. Qualquer coisa entre instinto e selvageria, possivelmente permeados por algo que nos torna ingenuamente humanos.

Foi o que aconteceu quando a vi. E quando, acidentalmente, me sentei ao seu lado. Teria sido um movimento acidental ou completamente premeditado? Fechei os olhos e só conseguia me ver como atriz de uma peça entre o erótico e a chanchada, entre o prazer e o ônus de se estar no meio daquelas pernas. E lá me fui, em busca do objetivo primordial daquela ação tão casual.

Seu olhar enquanto conversávamos era, no mínimo, curioso. Talvez ela ainda não tivesse percebido minhas intenções. Mas, de alguma forma, eu sentia que era isso que ela queria. De outra forma, como disfarçar meu olhar tão penetrante e intrusivo?



Não eu não conseguia disfarçar, porém percebi que era uma menina diferente, tão linda, eu passaria horas só olhando, então percebi que meu instinto me levaria ao erro, finalmente cheguei a conclusão de que tudo que é feito por impulso acaba saindo ruim, talvez fosse melhor esperar por outro encontro. 




Ariane Santiago

segunda-feira, 21 de março de 2011

Medo

Esse negócio que chamamos de Medo.

A questão é que vamos nos suprimindo.
Vamos aprendendo a calar a nossa voz.
Não apenas a voz que produz som externo, mas também a voz que vibra para dentro: que nos fala de nós mesmos, de quem somos e do que sentimos.

Essa voz interna, entenda, ela é crua: crua como o mais cru pode ser.

E, por isso mesmo, ela é brutal em suas revelações.

Tão brutal, tão completamente sem pudores ou cerimônias, que muitas vezes nos choca com suas verdades tão cruas.

Por isso, por medo de tanta verdade, vamos fazendo de conta que não escutamos essa voz de dentro.

Olhamos para o lado, mudamos de assunto, choramos sozinhas na calada da noite.

Ou simplesmente vamos vivendo uma vida que não é nossa – não porque somos covardes (como se pode chamar de covarde alguém que sofre e luta diariamente por não poder ser quem se é?), mas porque o medo é às vezes tão grande, tão maior que nós mesmas, que consegue sim nos calar.

Mas o medo, mesmo tão grande, mesmo tão assustador, esse próprio medo que te assombra é, perceba, a estrada para tudo o mais que existe além dele.


Ariane Santiago

domingo, 6 de março de 2011

Beijo

Doe beijos… a cura física e espiritual da humanidade não está em ampolas ou frascos de remédio. A cura está na ponta dos teus lábios…
Beije para se curar, beije para se alegrar, beije para gozar.


Ariane Santiago