Às vezes me pego pensando o quanto a vida e a forma com que as levamos, são de tantas formas, tão egoístas. Enoja-me ver que perdemos todo aquele pudor, que simplesmente deixamo-nos de preocuparmos com o próximo, por mais que há toda uma divergência, por mais que o sentimento não seja mais o mesmo. Pelo contrario, preferimos viver na mesma mentira de sempre, a mesma perfídia de sempre.
Ainda me assusta ver que alguém possa ser tão egoísta, tão mesquinho em pensar em algo tão nojento, tão repudioso como o suicídio. Somos acostumados a ver pessoas valorizar e prezar tanto pela sua vida, ou às vezes nos deparamos com pessoas que estão preste a perdê-la, mas simplesmente não desistem de lutar dias e mais dias, nem que seja pra conseguirem ver um outro sol em sua vida, uma outra manhã, uma outra lua que seja. Mesmo tendo todos os motivos pra odiar tanto sofrimento, prefere lutar, prefere passar por cima do cansaço que é persistir contra uma doença, pelo simples fato de venerar, de idolatrar a vida. Mas ainda assim tem aqueles que ao menos se preocupam com o sofrimento dos seus entes queridos, que acham que sua vida acabou sem ao menos pensar que têm tantos outros que estão muito pior. O pior de tudo, é saber que mesmo na morte, se procurou atingir alguém, usou disso como um último trunfo pra se ser usado contra alguém, buscando algum fim. Então, essa vai ser nossa última memória póstuma, e creio eu que a mais marcante.
p.s: vou sentir sua falta, te amo. LUTO
Ikaro Rocha Cabral
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